História

As suas raízes

Os actuais limites da freguesia de Rôssas, que foi comenda da Ordem de Malta, extinta no século XIX e cujos bens reverteram para a Fazenda Nacional, foram fixados em 1630, com marcos de granito que ostentam a data de 1629. Conhecida inicialmente por Santa Maria de Congusta passou a designar-se nos séculos XII e XIII Santa Maria de Rôssas e, mais tarde, Nossa Senhora da Conceição de Rôssas.

A freguesia de Rossas designava-se antigamente de Congusta (Congusto) ou Santa Maria de Congusta. No século. XIII passou a chamar-se Rossas.

Desde muito cedo pertenceu à Ordem de Malta. Já na 1ª metade do século XIII, esta ordem ai possuía bens.

Foi sede e cabeça de comenda, embora tenha andado unida às comendas de Frossos e Riomeão. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, deixou de ser comenda. Os bens da comenda foram incorporados então na Fazenda Nacional.

A julgar pela sua toponímia, esta freguesia teve uma ocupação humana bastante recuada. O topónimo principal da freguesia Rossas” provém do termo latino “rupta”, através de “rótea”, aludindo certamente a terrenos silvestres nas vertentes da serra da freita, remontando a aplicação do topónimo a tempos muito anteriores à nacionalidade.

Segundo D. Domingos de Pinho Brandão, nascido na Casa do Outeiro, que o prof. Egas Moniz herdou de seu tio Augusto de Pina Resende de Abreu Freire que, a dada altura da vida se viu envolvido numa verdadeira aventura policial que o Prémio Nobel de Medicina descreve no seu livro de memórias “A Nossa Casa” e que veio a pertencer a seu pai, também ele Domingos de Pinho Brandão, o nome da freguesia “...deveria escrever-se Roças e não Rossas por porvir do latim ruptas (terras ruptas), terras desbravadas e arroteadas para se tornarem férteis.”

Na segunda metade do século XI era aqui proprietária das “villas” de Congusto e Zari, que estavam incluídas na freguesia de Rossas, uma dona de nome Tauron Vermudes; sendo que, em 1100 a dita Tauron Vermudes doou ao Mosteiro de Arouca tudo o que possuía. Segundo Frei Bernardo de Brito, o repovoamento desta freguesia foi operado por Ordório “Espinhel” em finais do século XI. De facto, a estirpe dos “espinheis” possuía no Ribadouro grandes haveres, contando que o dito Ordório Espinhel doou os seus haveres de Rossas a um Salvador Peres. Tudo também leva a crer que a rainha D. Mafalda, filha de D. Sancho I, quando vivia no mosteiro de Arouca, mandou levantar uma albergaria na serra da freita, no termo desta freguesia.

Não se sabe ao certo a data da instituição paroquial de Rossas, sabendo-se apenas que é anterior ao século XVI, pois que no Censual do Cabido Lamacense é já mencionado o padroado de Rossas. Por esse documento, sabe-se que a igreja de Rossas era uma comenda da ordem dos Hospitalários, sendo então uma vigaria anexa à igreja paroquial de S. Salvador das Várzeas de Arouca. Administrativamente, a freguesia estava integrada na “terra de Arouca".